A Cirurgia Ambulatória tem vindo a ganhar um protagonismo crescente
Os eventos presenciais estão de volta e a APCA vai realizar o seu XII Congresso Nacional de Cirurgia Ambulatória, a 3 e 4 de dezembro, em Coimbra. Francisco Maio Matos, presidente da Comissão Organizadora Local da iniciativa e coordenador da Unidade de Cirurgia de Ambulatório do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (UCA-CHUC), fala sobre o evento e os desafios que se colocam, atualmente, à Cirurgia Ambulatória.
A APCA vai voltar aos eventos presenciais com a realização do XII Congresso Nacional de Cirurgia Ambulatória. Como está a correr a organização da iniciativa?
Francisco Maio Matos (FMM) – A organização está a decorrer muito bem. Vamos realizar o congresso no Convento de São Francisco, que é o local ideal para nos reencontrarmos, e estamos muito empenhados no desenvolvimento de um programa científico apelativo, desafiante e mobilizador para os importantes desafios que se avizinham.
Qual a importância de os profissionais de Cirurgia Ambulatória poderem reunir-se presencialmente para discutirem esta área?
FMM – Este é um momento fundamental. A Cirurgia Ambulatória tem vindo a ganhar um protagonismo crescente, com novos desafios e oportunidades, ainda mais depois da pandemia Covid-19, que exigem reflexão cuidada e intervenção determinada. Dou-lhe o exemplo da aplicação de novas tecnologias a todo o período peri-operatório do doente; da reavaliação da abrangência das cirurgias realizadas em ambulatório, ou da redefinição do contexto da cirurgia ambulatória no sistema de saúde português.
É também fundamental integrar a perspetiva do doente, numa abordagem mais abrangente de saúde baseada em valor, em que Cirurgia Ambulatória é um pilar fundamental.
Estes são alguns dos desafios que se colocam à Cirurgia Ambulatória portuguesa?
FMM – São pontos de partida para um debate manifestamente interessante. A atualização científica e a reflexão organizacional são fundamentais para a melhoria na atividade assistencial, com impacto na qualidade e segurança das unidades de cirurgia ambulatória portuguesas.
Na sua perspetiva quais serão os próximos passos a dar para esse desenvolvimento?
FMM – A pandemia Covid-19 continua a ter um impacto enorme nos serviços de saúde. O seguimento continuado das doenças crónicas foi gravemente afetado, com repercussão no estado clínico dos doentes que acolhemos todos os dias. Além do potencial agravamento do diagnóstico cirúrgico. Neste panorama, a otimização peri-operatória é crucial.
Ainda não têm o programa finalizado, mas há alguma temática que queira destacar?
FMM – Do programa que construímos destaco a visão de futuro e confiança com que queremos encarar os nossos desafios, tanto na abordagem clínica como na vertente organizacional.
Em média, quantos participantes esperam?
FMM – Esperamos cerca de 800 participantes. A recetividade tem sido excelente e acreditamos que vamos ter um congresso dinâmico, marcado pelo elevado envolvimento e participação de todos os profissionais de saúde presentes.
Como é organizar o congresso da APCA e receber os colegas em Coimbra?
FMM – Considero que este é um sinal importante que a APCA dá à UCA do CHUC. Vejo-o como um reconhecimento a todos os seus profissionais. A disponibilidade, empenho e entrega de todos tem sido o elemento fulcral da excelência com que procuramos cuidar dos nossos doentes.
A UCA do CHUC tem um percurso de crescimento ímpar, ao nível da atividade assistencial, inovação, investigação e projeto de qualidade e segurança. Estamos neste momento com um desempenho acima da período pré-Covid, com cerca de 6 mil cirurgias mensais.
Estes indicadores são o resultado do esforço e da dedicação de uma equipa fantástica, que, há poucos meses, foi responsável pela instalação e prestação de cuidados de duas unidades de medicina intensiva, integradas em toda a área do bloco operatório e recobro pós-anestésico, que deram resposta a dezenas de doentes críticos. O grau de exigência clínica e de exaustão emocional solicitado a esses profissionais foi enorme.
A atribuição desta organização é também um gesto de gratidão por este percurso.
Quer deixar uma mensagem aos participantes?
FMM – Agradeço esta oportunidade para me dirigir aos participantes, pedindo-lhes que adiram a esta iniciativa, de forma ativa e aberta, garantindo-lhes um excelente congresso.